Muitas pessoas perguntam por que parece que há mais autistas hoje do que nunca. Na verdade, isso não é bem assim. O aumento no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) é resultado de vários fatores importantes.
Reconhecimento e Diagnóstico
O autismo foi reconhecido como um espectro de condições em vez de uma única entidade nos últimos anos. Isso significa que agora entendemos melhor a diversidade de sintomas e características que compõem o TEA. Além disso, o acesso ao diagnóstico tornou-se mais fácil e acessível, especialmente para populações anteriormente desassistidas. Hoje, temos mais profissionais capacitados e conscientes para identificar o autismo em crianças e adultos.
Estatísticas e Dados
Estudos recentes mostram que cerca de 1% da população mundial está no espectro do autismo. No Brasil, estima-se que haja aproximadamente 2 milhões de pessoas com TEA. Esses números são baseados em dados mais precisos e acessíveis, o que ajuda a entender melhor a prevalência do autismo.
História e Percepção
Nos tempos antigos, pessoas com deficiência (PCDs) eram muitas vezes perseguidas e até assassinadas devido à falta de compreensão e medo. Por exemplo, no Quênia, muitas mães enfrentavam pressão cultural para matar seus filhos com deficiências. Além disso, muitas crenças religiosas consideravam que PCDs eram pessoas amaldiçoadas ou possuídas por demônios.
Hans Asperger, embora tenha contribuído para o estudo do autismo, também cooperou com o regime nazista, enviando crianças com deficiências para a clínica Am Spiegelgrund, onde muitas foram submetidas a injeções letais ou morreram de outras formas.
Expectativa de Vida e Taxas de Suicídio
A expectativa de vida de pessoas com TEA é significativamente menor do que a da população em geral. Estudos mostram que a idade média de morte para pessoas com autismo é de apenas 36 anos, enquanto para a população em geral é superior a 70 anos.
Além disso, pessoas com TEA têm uma taxa de suicídio até 10 vezes maior do que a população sem TEA. Cerca de 66% dos autistas já pensaram em suicídio em algum momento da vida, e até 35% já planejaram ou tentaram suicídio.
Melhorias na Qualidade de Vida
Com o reconhecimento e tratamento adequado, a expectativa de vida e a qualidade de vida das pessoas com TEA têm melhorado significativamente.
Estudos mostram que, embora ainda existam desafios, o suporte e os recursos disponíveis têm ajudado a reduzir a incidência de transtornos psiquiátricos e suicídio entre pessoas com TEA.
Programas de intervenção precoce, apoio educacional, terapias comportamentais e medicamentos têm desempenhado papéis cruciais na melhoria do bem-estar das pessoas com autismo.
Conclusão
O aumento no número de diagnósticos de autismo não significa necessariamente que haja mais autistas hoje do que antes. Em vez disso, reflete melhorias na detecção, reconhecimento e apoio às pessoas no espectro do autismo. É importante continuar promovendo a conscientização e o acesso aos recursos necessários para garantir uma vida plena e inclusiva para todos.
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